Boas práticas renderam 8,3 sacas/ha a mais de soja

A Embrapa Soja e o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR-Paraná) apresentaram os resultados do Programa Grãos Sustentáveis safra 2020/2021, que busca uma produção com adoção de boas práticas agrícolas na cultura da soja. Os números demonstram ganhos diretos para os produtores com a redução de custos, além de benefícios para o meio ambiente com a redução do uso de agroquímicos e diminuição da poluição no meio rural.

Desde a safra 2013/2014 a iniciativa vêm sistematizando e divulgando os resultados do Manejo Integrado de Pragas (MIP), do Manejo Integrado de Doenças (MID), da Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN), do Controle de Perdas na Colheita da Soja e do Manejo Integrado de Solos e Águas. Essas tecnologias são desenvolvidas pela pesquisa e validadas pelo produtor e têm protocolos técnicos definidos para que o extensionista as aplique no campo.

Uma das estratégias para difundir essas tecnologias, é a implantação de Unidades de Referência (URs) em propriedades de agricultores. Com o acompanhamento dos técnicos, as tecnologias são aplicadas e replicadas junto aos produtores. Nesta safra foram instaladas 250 URs no Paraná.

8,3 sacas/hectare a mais

De acordo com os dados, as propriedades acompanhadas pelos extensionistas que aplicaram o MIP nas lavouras de soja, reduziram em 50% o volume de inseticidas em comparação a propriedades onde a técnica não foi usada. O monitoramento da ferrugem asiática da soja, por meio do MID, diminuiu em 36% o uso de fungicidas nas lavouras monitoradas. Em termos de produtividade o ganho foi maior onde o produtor aplicou a tecnologia da Fixação Biológica de Nitrogênio, com um aumento de 7,5% da produtividade.

“Essas três tecnologias juntas – MIP, MID, FBN – significam um aumento de rentabilidade de 8,3 sacas por hectare. Se extrapolarmos esse ganho para toda a área de soja cultivada no Paraná (5,59 milhões de hectares) teríamos um acréscimo de R$ 7 bilhões na economia do estado, levando-se em conta o preço da soja de R$150,00 a saca”, informou o coordenador estadual do Programa Grãos Sustentáveis, Edivan José Possamai.

Ele acrescenta ainda que houve um ganho ambiental com o uso dessas tecnologias. “Vivemos um momento de dificuldade de acesso a insumos. A agricultura precisa fazer o uso racional desses produtos. Essas práticas ajudam a melhorar a eficiência dos insumos e reduz o volume de agrotóxicos que vai para o meio ambiente. É um ganho para a sociedade como um todo”, destacou.

Alexandre Nepomuceno, chefe geral da Embrapa Soja, lembrou que os resultados obtidos pelo programa nesta safra também refletem na redução da emissão de gases que causam o efeito estufa. “Se o Paraná usar a Fixação Biológica de Nitrogênio nos 6 milhões de hectares de soja cultivados nesta safra, vamos deixar de colocar na atmosfera 30 milhões de toneladas de CO2”, informou. Para Nepomuceno, esses números mostram que a agricultura pode colaborar para sustentabilidade do planeta.

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